2013 foi o ano da volta dos que não foram: David Bowie, Black Sabbath, Jimi Hendrix (esse foi) inédito e até mesmo Yeah Yeah Yeahs.
Mas também teve algumas novidades interessantes: Lorde e Haim.
Vamos aos 5 que mais me arrepiaram neste ano.
5° lugar: Regions Of Light And Sound Of God do Jim James.
Com uma voz fanha porém afinada, esse disco de estréia solo do vocalista e frontman da banda My Morning Jacket não chega a ser tão diferente do que ele faz na banda mas mesmo assim surpreende pela delicadeza e profundidade sonora das canções. A belíssima A New Life foi a minha faixa preferida do ano mesmo com uma letra tão otimista e um final até dançante.
4° lugar: Random Access Memories do Daft Punk.
3° lugar: O Mais Feliz Da Vida d'A Banda Mais Bonita da Cidade
O segundo disco da banda que ficou conhecida por um vídeo na internet mostra que eles não serão apenas uma modinha virtual. É um trabalho conceitual e pode-se dizer que é o primeiro álbum realmente pensado da banda, já que o primeiro disco era mais como uma coletânea das músicas que eles tinham até aquele momento.
As três primeiras faixas (O Mais Feliz da Vida, Potinhos e Que Isso Fique Entre Nós) formam uma suíte sem pausa com uma fluência deliciosa. A produção do disco é impecável. Cheio de sons, timbres e detalhes que fazem o disco manter um clima constante sem ser entediante.
É um álbum para se ouvir do começo ao fim, sem interrupções.
2° lugar: Antes Que Tu Conte Outra do Apanhador Só.
Antes dos protestos que aconteceram no Brasil em 2013, esse disco já mostrou que a panela de pressão estava a ponto de estourar. Canções como Mordido, Despirocar e a belíssima Reinação expressam o sentimento com as atuais condições da nossa sociedade.
Este é um disco mais político do que o anterior que era mais romântico e também mais filosófico e reflexivo. Tem frases do tipo "Toda carne dura menos que qualquer madeira", que trazem a tona boas questões existenciais.
1° lugar: Então Morramos do Simonami.
A coisa mais lindamente triste que eu escutei em 2013. Segundo álgum da banda independente de Curitiba, produzido pelo Vinicius Nisi (que é tecladista d'A banda Mais Bonita da Cidade, e também produziu O Mais Feliz Da Vida). Foi todo gravado "Ao Vivo", o que dá um clima ainda mais forte para as canções.
Os arranjos são delicados e as vozes afinadíssimas e totalmente harmonizadas. É notável a coragem de expor sentimentos tão íntimos nas letras.
Faixa a faixa:
01 - Soledad
O que mais impressiona nessa faixa é a comunhão entre as duas vozes principais. É um canto com alma que emociona a cada sílaba. A instrumentação é toda acústica e a bela equalização faz tudo soar muito vivo.
02 - Janela
É a primeira mostra concreta do que o título do álbum convida. Começa doce e lenta e explode em um êxtase de desespero. A parte percussiva remete a Beirut.
03 - Irmã
A música é tão doce que quase faz a gente esquecer dos erros de emprego das sílabas tônicas na melodia.
Letra totalmente íntima. Interpretação pura.
04 - Coisas da Escolinha
A primeira vez que se tem vontade de morrer na vida é quando se sofre o bullying na escola quando criança e claro que este tema não poderia faltar num disco como esse. Tristeza cantada em forma de cantiga de roda. Doce e doída demais. minha preferia do disco.
05 - Fantasma
Coisas de quando não se tem amigos reais durante a infância, ou quando mesmo com várias crianças ao redor não se sente acompanhado quando pequeno. E o questionamento por não se sentir parte do resto mundo.
06 - Sin Premura
Uma leve canção. Destaque novamente pro arranjo vocal doce.
07 - Nós-Um
Música de amor. Violão lindo.
08 - Ampulheta
Letra agonizante. O arranjo também capta essa aura com a guitarra e voz com timbres lo-fi. As vocalizações dão um clima fantasmagórico.
09 - Pedido ao Pássaro
Letra sobre abandono bem dolorida. Interpretação emocionante. O arranjo vai num crescendo que traz uma emoção difícil de segurar. Ótima faixa para finalizar um ótimo disco.