domingo, 14 de abril de 2013

Sonho.

Para ler ouvindo:

Era dia.
O céu encoberto de nuvens densas. Algumas tão densas que não eram acinzentadas, eram pretas. Uma tempestade estava por vir. E com ela ondas gigantes e devastadoras.
Era uma situação que já ocorrera anteriormente: eu em frente ao mar a esperar pela tempestade iminente, ou tentando fugir dela. A sensação das outras vezes era de inferioridade.

Mas dessa vez era diferente.

Não pelo cenário, este continuava assustador.
Não pelo mar, este continuava assustador.

É que antes que eu começasse a temer você apareceu.
Te mostrei o céu e disse para termos cuidado. Você riu e me abraçou pelas costas e, brincando, me levava em direção ao mar, pois sabias do meu medo.
Eu dizia não, mas na verdade não estava com medo. Porque com você eu estava seguro.

Por isso era diferente.

O cenário do caos não me amedrontava devido a sua presença. Seus braços a minha volta me protegiam de qualquer mal do mundo. Sua voz fazia com que os trovões fossem apenas sussurros. Sua risada iluminava o céu escuro.
Na beira da praia o mar era tão gelado que a água estava "microcongelada", termo sem sentido que inventei na hora. Pareciam ondas com a textura de refrigerante ou cerveja quando congelam.
Molhamos nossos pés no gelo, mas você me aquecia.

Mas você não tinha rosto.
E era tudo um sonho.

E talvez você nunca tenha um rosto.
E ainda me perguntam porque eu demoro a despertar depois de adormecido...