terça-feira, 19 de março de 2013

Ar.

Para ler ouvindo:

Ás vezes é necessário respirar novos ares.
No mínimo respirar um ar diferente de outro alguém específico.
Ou de outra multidão.

Ás vezes o ar do dia-a-dia te sufoca, mas não por causa da poluíção.
Sente-se a necessidade de um vento mais úmido. Ou mais seco. Ou mais frio. Ou mais quente. Não importa: que seja diferente.

Novos ares trazem novos rostos e novas esperanças.

Cadê meu salvante...?

quinta-feira, 7 de março de 2013

Top 5 Discos de 2012

Desde 2010 eu faço uma lista dos melhore discos, na minha opinião, do ano anterior.
Eu postava essa lista no meu Twitter e depois a arquivava em um Excel no meu HD.
Esse ano resolvi fazer diferente. Como no Twitter não é fácil ver ou procurar por posts anteriores, resolvi incluir essa lista aqui no blog.
Minhas regras particulares são: só podem entrar na lista discos de estúdio lançados durante o ano e que eu tenha escutado durante o ano. Se eu escutei o disco que saiu dia 31/12/2012 em 01/01/2013 já não pode entrar pra lista.
Então vamos lá, em ordem decrescente:

5º lugar: Blonderbuss do Jack White.


É um disco de rock americano dos anos 70 feito em 2012. Nem por isso soa repetitivo ou chato. Em alguns momentos parece White Stripes com o resto da banda completo. Em alguns momentos é doce como um disco de Folk. Melhores faixas: Love Interruption, a valsa Blonderbuss que dá nome ao disco e Hip (Eponymous) Poor Boy que tem clima de música de Saloon.

4º lugar: Four do Bloc Party.


Gostei de cara do clipe de Octopus. A mistura de rock cru com programação simples mais o falsete do Kele nessa canção foi a porta para que eu entrasse no álbum que foi lançado alguns dias depois.
Me identifiquei totalmente com as letras de So He Begins To Lie e de Truth. O álbum conta com riffs pegajosos de guitarra, bateria certeira e sem exagero e um baixo competente. E a voz do Kele varia conforma a emoção que a canção precisa.


2012 foi um ano cheio de lançamentos de cantoras que eu gosto. Tiveram discos novos da Norah Jones, Macy Gray e Regina Spektor que não entraram por pouco nessa lista. Mas Fiona, eu confesso, só conheci agora. Vi o clipe de Every Single Night numa madrugada, um pouco embriagado, e fiquei fascinado tanto pelo visual do vídeo quanto com a voz ás vezes grave, ás vezes aguda dela, fora o arranjo minimalista da canção. 
Baixei o álbum e percebi que se trata de uma compositora que faz suas músicas no piano (como é o caso da Regina Spektor) e ele está presente em quase todo disco. O álbum é tenso em vários momentos e até raivoso como em Left Alone. Valentine tem versos que colam na cabeça.

2º lugar: Valtari do Sigur Rós.


Denso e perturbador ao extremo. Não me emocionava assim com um disco desde Takk... 
A primeira faixa, Ég anda, faz sentir uma tomada de fôlego para o início de uma corrida que avança lentamente. E quando você está a um metro da linha de chegada você cai num poço e começa a se afogar desesperadamente. Não tem volta. O resto do disco é o além-vida. Sem mais.


Sim, é um disco com um clima completamente diferente do anterior. E sim, também é um disco dos anos 70 feito em 2012. Esse de forma ainda mais "orgânica" que o do Jack White. Formação de banda de rock clássica: baixo, bateria, guitarra base, guitarra solo e teclados. E, como eu fiz nos anos anteriores, o primeiro colocado tem uma análise faixa-a-faixa:

01 - Hold On

Foi a faixa que me levou a conhecer a banda e o disco. Mais uma vez graças a programação da madrugada da MTV. A voz dessa mulher totalmente fora dos padrões da ditadura da beleza me conquistou à primeira vista. A banda é ótima, mas a voz é algo fora da linha do comum.

02 - I Found You

A primeira balada romântica padrão do disco. Essa poderia estar facilmente na trilha de The Wonder Years se tivesse realmente sido lançada nos anos 70. Com direito a órgão e backing vocals clássicos.

03 -  Hang Loose

Essa é uma faixa de litoral. Dá pra se ouvir na beira da praia ou ser a trilha sonora de um documentário ou reportagem sobre surfistas no Hawaii.

04 - Rise To The Sun

Quase um bolero, vira uma barulheira no meio com um chimbal aberto perfeito.

05 - You Ain't Alone

A melhor faixa do disco. Não tem como não falar de Janis Joplin ao se falar dessa banda e esta canção com certeza teria ficado linda na voz dela. Mas também ficou perfeita na voz de Brittany Howard. O arranjo é simples, mas totalmente perfeito no desenvolvimento. É de emocionar e levar ás lágrimas qualquer coração partido ou rachado.

06 - Goin' To The Party

Uma vinheta. Simples e direta. Principalmente na letra.

07 - Heartbreaker

Ela poderia ser uma daquelas canções de baile de filme americano dos anos 60, mas de alguma forma ela é suja demais pra isso. Mais uma vez é culpa da bateria.

08 - Boys & Girls

O Blues que dá nome ao disco. Essa é balada de dançar junto no baile. É o momento mais sem sal do disco.

09 - Be Mine

Mas uma balada romântica. Esse realmente pode ser um disco para os dias de fossa, é só pular algumas canções mais agitadas e pronto. Essa também emociona do começo ao fim. Clímax foda.

10 - I Ain't The Same

A sensação é de se estar num conversível na Route 66. Nos anos 70, claro. A voz de Brittany chega a lindos agudos em stacatos perfeitos.

11 - On Your Way

A faixa mais diferente do disco, é a que o encerra. Acho que pra dar uma vontade de saber o que virá pela frente. Tem uma harmonização bonita feita pelas guitarras.

Existem ainda versões do disco com mais três faixas bônus: Heavy Chevy, Pocket Change e Mama. As três realmente têm cara de b-sides. São rocks básicos e divertidos.

Enfim, esse é um disco que eu quero ter em vinil.